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terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Diagnóstico Precoce do Autismo




O Transtorno de Espectro Autista, o Autismo, é caracterizado pela demonstração de dificuldade em desenvolver os sinais de comunicação logo no início da vida de uma criança. Elas possuem uma desordem neurológica que dificulta sua interação social e também sua comunicação.
Segundo a ONU, a estimativa é de que 1% da população mundial, equivalente a 70 milhões de pessoas, vivem com o autismo.
A doença é mais propensa em meninos do que em meninas, porém pode afetar qualquer um dos indivíduos. Nos Estados Unidos, 1 em cada 42 meninos são diagnosticados com autismo, e 1 em 189 nas meninas. Em relação ao Brasil, existem em média 2 milhões de pessoas autistas.
Um dos grandes desafios do autismo é realizar o diagnóstico no estágio inicial da doença. Isso pelo fato de que as crianças mais novas são capazes de ter comportamentos distintos uma das outras, podendo ser mais tímidas ou mais extrovertidas, por exemplo. Além disso, os primeiros sinais do autismo podem passar despercebidos.
Porém, um estudo recente realizado pelos pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, nos EUA, mostrou que as crianças podem ser diagnosticadas antes de manifestar algum tipo de sintoma.
 Eles analisaram 148 crianças, incluindo as que possuem um alto risco de desenvolver o autismo, porque tinham em sua família pessoas com o transtorno, e realizaram varreduras no cérebro nas crianças de seis, doze e vinte e quatro meses de idade.
O estudo identificou diferenças na área do cérebro responsável pela função de alto nível, como a linguagem, no qual é localizado no córtex cerebral, e viram que isso precede aos sintomas tradicionalmente associados ao autismo. Através das imagens obtidas das varreduras, foi levantado que essas crianças têm um alto índice (80% de precisão) de desenvolver o autismo.
A descoberta possibilita identificar exatamente qual criança está mais propensa a desenvolver o autismo, com isso, proporcionando realizar uma intervenção antes que os comportamentos típicos da doença apareçam de fato.
“Há amplo consenso de que há mais impacto em relação ao tratamento antes que os sintomas tenham se consolidado”, explicou Joseph Piven, que participou da pesquisa.
No caso, o método mais indicado logo que surjam os primeiros sinais de Autismo é o ABA - Análise do Comportamento Aplicada, em português.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Diagnóstico Precoce de Autismo


Olá!


Estava relendo uma matéria sobre Autismo da Revista Crescer de 2007. E detalhe: tirando pequenos detalhes, a reportagem ainda vale para hoje, 4 anos depois!


Eu trabalho muito fazendo diagnóstico de crianças com suspeita de Autismo, portante vale sempre lembrar: quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de a criança se desenvolver e ficar com um funcionamento típico!


Existem alguns instrumentos (testes e escalas) que nós psicólogos usamos para saber se a criança tem traços de Autismo (ou de Espectro do Autismo) que podem forcener o diagnóstico com maior confiança.


Segue abaixo a reportagem:


Autismo: universo ao meu redor

Ter um filho autista não é culpa dos pais. Mas é preciso estar atento, já que, quanto mais cedo a doença for diagnosticada, melhor.


Dez/07 - Nem os chamados da mãe faziam a pequena Rafaela sair do seu mundinho. Com 1 ano e 3meses, ela começou a mudar de comportamento e deixou de se comunicar. Ainda batia palmas quando via um comercial na televisão, andava de um lado para outro, mas agia como se não conseguisse ouvir os pais e não emitia palavra nenhuma. Com poucos meses de vida, Jaqueline também passou a se comportar deforma diferente dos demais bebês. Demorou para sentar, falar, andar. Tanto Danielle Nery Lins, mãe de Rafaela, quanto Nilvana dos Santos, mãe de Jaqueline, percorreram uma infinidade de médicos à procura de respostas.


Danielle ouviu o diagnóstico de que sua filha era autista há um ano, quando a menina tinha 2. Nilvana só descobriu o que acontecia com a sua quando ela tinha 5, em 2002. Apesar da aparente semelhança entre os casos, o que fez diferença foi a idade em que as meninas começaram a ser tratadas. “O diagnóstico antes dos 3 anos de idade dá mais possibilidade de modular e interferir na estrutura do cérebro da criança”, diz Adailton Pontes, neurologista infantil. “Se a doença é descoberta tardiamente, a criança pode não aprender a falar ou ter mais dificuldade para ter autonomia, por exemplo”, afirma o psicanalista infantil Estevão.


Danielle deixou o emprego para se dedicar a Rafaela. Ela não sabia o que era a doença nem que a filha, estimulada, poderia um dia interagir com os pais. “Minha filha não dizia nada, não se comunicava”, diz. A menina ainda não fala direito, mas vai à terapia e ao fonoaudiólogo e mostra progressos rápidos: passou a se comunicar com os pais, largou a fralda diurna, vai ao banheiro sozinha e sabe mexer no aparelho de DVD. “Ela está se desenvolvendo bastante.” Jaqueline acompanha a mãe ao supermercado e ajuda nos cuidados da casa. “Tudo o que queria que minha filha fizesse, ela faz. Demorou mais, porque o diagnóstico foi tarde, mas deu certo”, diz Nilvana. A primeira pergunta que fez ao saber da doença foi: ela vai morrer? Ao saber que um autista sem outros problemas vive tanto quanto alguém que não tenha a doença, ela decidiu acompanhar o tratamento da filha e também parou de trabalhar. Optou por deixar Jaqueline em uma escola regular. Apesar de não demonstrar muito interesse pelas aulas e de apresentar dificuldade com as letras, a menina foi alfabetizada.


Quanto mais cedo a doença é detectada, mais possibilidades a criança tem de se desenvolver. Por conta disso, a comunidade científica tem como objetivo especificar as causas da síndrome e reduzir o diagnóstico para 1 ano de idade. Pesquisadores do Instituto Kennedy Krieger, em Baltimore, nos Estados Unidos, avaliaram bebês do 14º ao 36º mês e descobriram que ao menos metade das crianças com autismo poderia ser reconhecida no primeiro ano de vida.


O que faz desse processo uma batalha é a complexa estrutura da doença, um transtorno definido pela presença de desenvolvimento anormal ou parcial da interação social e pelos problemas de comunicação, além da presença de um comportamento restrito e repetitivo. O autismo não tem uma causa definida, podendo ser desde uma inflamação que ocorre no sistema nervoso do feto durante a gravidez, ainda sem explicação científica, até a herança genética. Neste caso,os traços do autismo podem estar em vários membros da família. A doença, em alguns pacientes, também é acompanhada de outra síndrome associada, como Down ou X-frágil.


A única certeza é que os pais não têm culpa do filho ter nascido autista. Quando a doença foi descoberta, a psicanálise culpava a família pelo transtorno. Diziam que era o modo de vida e a maneira como cuidavam da criança que causava o autismo. A ciência descobriu, depois, que essa não é uma doença psicológica.


Sem um diagnóstico clínico preciso, é difícil saber a quantidade de autistas no mundo. No Brasil, por exemplo, fala-se em 170 mil. Mas os números são subestimados. Calcula-se que 1 milhão de brasileiros tenha algum grau da doença, que possui dezenas de subtipos. É esse grau que determina que habilidades uma pessoa com autismo conseguirá desenvolver quando estimulada. Segundo os especialistas, 30% das crianças terão um bom desenvolvimento intelectual, podendo entrar na faculdade, conseguir emprego, dirigir. A escola regular, no entanto, não vai ser a melhor opção em todos os casos porque a criança autista precisa de atenção especial. A decisão pelo tipo de colégio, ou até por aulas particulares, deve ser tomada pela família em conjunto com o médico.


Preste atenção!!!


Estas mudanças comportamentais são comuns em autistas, mas não é necessário que a criança apresente todas para ter a doença. O inverso também vale: uma criança que tenha alguns não é necessariamente autista. O importante é ver a freqüência com que acontecem e procurar um médico. Quem dá o diagnóstico é o especialista.


- Têm hábitos alimentares seletivos, com restrição à consistência

- Não olham na mesma direção que os outros

- Não se jogam no colo da mãe quando ela estende os braços, por exemplo

- Mexem os dedos em frente aos olhos

- Têm aversão ao contato físico e tendência a se isolar

- Podem ter hipersensibilidade auditiva

- Não gostam de ambientes com muita gente

- Usam outras pessoas como ferramentas, como pegar a mão de alguém para abrir a porta

- Cometem auto-agressão

- Objetos que produzam movimentos repetitivos captam a atenção, como ventiladores.